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O Grêmio Recreativo Acadêmicos do Salgueiro surgiu em 1953 da fusão de três outras escolas do morro do Salgueiro - a Azul e Branco, a Unidos do Salgueiro e a Depois Eu Digo. Seus componentes logo fizeram jús ao nome com que a nova agremiação ficou conhecida: Academia do Samba. Também adotaram o espírito de vanguarda no carnaval, ao criarem o seu lema: "Nem melhor, Nem Pior, Apenas uma Escola Diferente". A vermelho-e-branca da Tijuca distinguiu-se das outras escolas ao realizar desfiles competitivos, abrigando em seus ateliês artistas da Escola de Belas Artes, profissionais que indicaram as diretrizes estéticas para as atuais apresentações das escolas de samba.
O Salgueiro passou a ser muito mais do que uma agremiação carnavalesca. Virou também uma atitude. Seu nome tornou-se sinônimo de bom gosto, apresentando carnavais originais e de grande beleza plástica, como Xica da Silva (1963), Chico Rei (1964), História do Carnaval Carioca (1965), Festa para um Rei Negro (1971), entre tantos outros que romperam as fronteiras dos desfiles tradicionais e deram uma nova dimensão visual ao maior espetáculo da Terra. Nos ateliês e barracões da escola figuraram nomes como Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Maria Augusta, Rosa Magalhães e Renato Lage.
Mas falar dos Acadêmicos do Salgueiro também é lembrar dos seus grandes sambistas. Da "Academia do Samba" brotaram compositores da estirpe de Bala, Anescarzinho, Noel Rosa de Oliveira, Djalma Sabiá, Zuzuca, Almir Guineto e outros tantos bambas da melhor cepa tijucana. Os sambas-enredo salgueirenses embalaram muitos carnavais. Quem não se lembra de Bahia de Todos os Deuses, cujos versos fizeram a alegria dos foliões na avenida Presidente Vargas no carnaval de 1969? "Negra baiana /tabuleiro de quindim/Todo dia ela está/ na Igreja do Bonfim/Na ladeira tem/ Tem capoeira/ Zum zum zum / Zum zum zum/ capoeira mata um".
Em 1971, novamente o Salgueiro fez o Brasil inteiro cantar "Ô lelê/ Ô lalá/ Pega no gazê/ Pega no ganzá".
Mais recentemente, a escola ganhou seu oitavo título com Peguei o Ita no Norte: Explode coração/Na maior felicidade/É lindo meu Salgueiro/Contagiando e Sacudindo esta cidade".