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Eu consigo reconhecê-los, sabe? As pessoas puras. É como se houvesse um tipo de aura ao redor delas, algo silencioso, mas impossível de ignorar. Não é sobre perfeição, porque elas também erram — erram feio, às vezes. Mas há uma clareza nos gestos, uma honestidade no olhar que não se aprende, que não se ensina. É um jeito de estar no mundo que não precisa gritar para se fazer entender.
Quando encontro um homem assim, é como respirar fundo depois de muito tempo submersa. Ele não tenta provar nada. Não força, não mede forças, não joga aquele jogo de poder que cansa tanto. Ele respeita as mulheres e a vida de um jeito que parece natural, como quem entende que o respeito não é uma virtude, mas uma base. Ele não enxerga as pessoas como degraus, nem como espelhos para sua própria vaidade.
E talvez seja isso que faz com que nos reconheçamos. Não precisa de palavras, nem de longas explicações. É como um eco que responde lá de dentro: *“Ah, você também vê o mundo assim.”* Uma troca silenciosa, um entendimento que só existe entre quem aprendeu a olhar para o outro com leveza, mas também com firmeza. É raro. Tão raro que, quando acontece, a gente quase não acredita.
Esses homens — e essas pessoas, no geral — têm algo de poesia neles. Não é porque escrevem, necessariamente, mas porque vivem como se cada dia fosse uma espécie de texto sagrado. Observam os detalhes, têm paciência com o tempo das coisas. Não atropelam, não invadem, não preenchem silêncios à força.
Quando os encontro, sinto que posso baixar a guarda. E talvez seja isso o mais bonito: em um mundo tão cheio de máscaras e muros, esses poucos, essas pessoas puras, são os que nos lembram como é ser verdadeiramente humano.
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O político correto matou a espontaneidade como quem mata um passarinho que cantava fora de hora. Não se pode mais errar, tropeçar na própria língua, soltar uma verdade torta no calor do momento. Tudo vira escândalo, tribunal, hashtag. Antes, a gente falava sem pensar, e daí? Era no erro que morava o humano, o cômico, o inesperado. Agora, é como andar numa corda bamba onde tudo é fiscalizado, gravado, dissecado. Não se vive mais, se administra a existência. O medo de ofender as regras invisíveis nos transformou em máquinas educadas, mas incapazes de rir de si mesmas. E sabe o que é pior? A falta do improviso deixou o mundo chato, previsível, incapaz de um gozo genuíno.
Mas eu não me curvo a isso. Não vou vestir a máscara do perfeito, nem pisar em ovos pra agradar quem nunca vai entender o risco de ser de verdade. Prefiro tropeçar nas palavras, dar a cara a tapa, perder uns amigos de conveniência do que me moldar ao medo de existir. Porque a espontaneidade pode ser incômoda, pode errar, mas é ela que faz o sangue correr. E enquanto o mundo sufoca na sua perfeição ensaiada, eu sigo desajustada, rindo alto, falando torto, sendo inteira.
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𝐄𝐮 𝐧ã𝐨 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐞𝐢 𝐝𝐞 𝐭𝐞 𝐚𝐦𝐚𝐫 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐡𝐨𝐫𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐚.
𝐍ã𝐨, 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐞𝐢 𝐝𝐞 𝐭𝐞 𝐚𝐦𝐚𝐫 𝐚𝐨𝐬 𝐩𝐨𝐮𝐜𝐨𝐬, 𝐞𝐦 𝐩𝐞𝐝𝐚ç𝐨𝐬 𝐚𝐨 𝐥𝐨𝐧𝐠𝐨 𝐝𝐨 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨.
𝐅𝐮𝐢 𝐜𝐫𝐢𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐮𝐦𝐚 𝐧𝐨𝐯𝐚 𝐩𝐞𝐥𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐜ê 𝐧𝐮𝐧𝐜𝐚 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫á 𝐭𝐨𝐜𝐚𝐫, 𝐮𝐦 𝐧𝐨𝐯𝐨 𝐜𝐨𝐫𝐚çã𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐜ê 𝐧𝐮𝐧𝐜𝐚 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫á 𝐪𝐮𝐞𝐛𝐫𝐚𝐫 𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐧𝐨𝐯𝐚 𝐚𝐥𝐦𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐜ê 𝐧𝐮𝐧𝐜𝐚 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫á 𝐜𝐨𝐫𝐫𝐨𝐦𝐩𝐞𝐫.
𝐅𝐨𝐢 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐞𝐢 𝐝𝐞 𝐭𝐞 𝐚𝐦𝐚𝐫.
𝐋𝐞𝐧𝐭𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞, 𝐝𝐨𝐥𝐨𝐫𝐨𝐬𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞, 𝐦𝐚𝐬 𝐬𝐞𝐦 𝐨𝐥𝐡𝐚𝐫 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐭𝐫á𝐬.
#escritora
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Soberbo é o tipo de homem que não apenas vive na contramão do charme, mas faz questão de estacionar ali. Nada nele é acidental; sua grosseria é estudada, um manifesto permanente contra qualquer refinamento. Quando fala, suas palavras soam como pancadas desordenadas, sempre altas demais, sempre fora de contexto. Ele é o clichê do ignorante presunçoso, alguém que não sabe nada sobre arte, mas se orgulha disso, que nunca leu um livro, mas ridiculariza quem lê. Acredita que o mundo lhe deve alguma coisa simplesmente por existir e nunca perde a chance de reforçar essa ilusão. Ele fura fila sem piscar, espalha migalhas de arrogância por onde passa, e encara qualquer tentativa de diálogo como um convite à agressão. Soberbo não é um produto do meio; ele é uma escolha de mediocridade deliberada, uma ode ao desprezo por tudo que exija esforço ou pensamento.
Bob Geldof Wannabe, por outro lado, é uma mesquinharia ambulante. Tudo nela é amargo, do tom de voz ao jeito como encara os outros, sempre procurando algo para criticar, para destruir. Sua inveja é corrosiva, sua personalidade, como papelão molhado: pesada e descartável. Ela usa sarcasmo como um escudo, mas na verdade é só um espelho da sua incapacidade de sentir algo genuíno. Bob Geldof Wannabe detesta tudo que não pode ter e despreza tudo que não entende, o que é basicamente qualquer coisa que envolva profundidade ou beleza. Para ela, a felicidade alheia é um insulto, e o sucesso dos outros, um ataque pessoal.
Esses dois, juntos ou separados, não apenas sobrevivem no mundo: eles o contaminam. Soberbo e Bob Geldof Wannabe são o tipo de pessoas que tornam qualquer ambiente pior simplesmente pelo peso da sua presença. Não têm ambição porque aspirar a algo exigiria uma centelha de humildade, e a humildade é algo que abominam. A bondade, para eles, é fraqueza, e a busca por conhecimento, uma afronta pessoal. São cúmplices na degradação daquilo que tocam, unidos por uma falta de educação e uma mediocridade tão barulhenta quanto insuportável. Não merecem compaixão, porque não a desejam — sua existência é um monumento à indiferença e ao desprezo.
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O Mal, por definição, é essa sombra insistente, fria, que só existe porque a Luz a revela. Não é uma força ativa, uma energia que se move em direção ao outro; é a ausência, a negativa, o não-ser que se insinua. É como uma inveja que não se expressa em gestos, mas no silêncio da falta. Como poderia ser de outra forma? A inveja não gera, apenas quer aquilo que não é capaz de criar em si mesma. É o vazio cobiçando o brilho.
Há algo de faminto e inacabado no Mal, essa falta que só percebe a Luz e deseja roubar dela um brilho que nunca terá. A inveja é, então, o exato oposto da Luz: onde a Luz ilumina e cria, a inveja consome e destrói. Não é ódio ou desprezo, porque esses ainda possuem intensidade; a inveja é a covardia do escuro.
É um parasitismo emocional: um desejo infértil, preso na própria esterilidade, que só sobrevive porque existe o brilho no outro. E quando pensamos na Luz, no seu brilho inconfundível, notamos que ela nem se dá conta do Mal, não volta seu olhar para ele. É como se a Luz tivesse uma convicção íntima de que sua própria presença já é uma afirmação da vida, do calor.
O Mal, essa inveja escondida, nunca poderá criar o próprio brilho. Ele vive à sombra da Luz, fingindo desprezá-la, mas, no fundo, a desejando desesperadamente. Assim, é a ausência, a lacuna, a inexistência de qualquer fagulha, de qualquer calor que possa incendiar. #escritora
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Jornalista especializada em cultura, escritora, vegana & curiosa