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Repórter Gustavo Batista
Posted 7 months ago

🍊 A safra de laranja 2023/24 do cinturão citrícola é encerrada em 307,22 milhões de caixas de 40,8 kg, mantendo o valor projetado em dezembro de 2023.

A produção desta temporada foi 2,22% menor em comparação com a safra anterior (314,21 milhões de caixas) e ficou 0,69% abaixo da primeira estimativa de maio de 2023.

As condições climáticas desfavoráveis, com pouca chuva e altas temperaturas, foram fator determinante para a redução da produção em relação à expectativa inicial. Além disso, o agravamento do greening e a colheita mais acelerada nesta temporada também trouxeram impacto.

🔸 Confira mais informações em: www.fundecitrus.com.br/comunicacao/noticias/integr…

Acesse o relatório completo: www.fundecitrus.com.br/pdf/pes_relatorios/0424_Fec…

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Repórter Gustavo Batista
Posted 7 months ago

Febre Aftosa – MAPA reconhece nacionalmente São Paulo como área livre da doença sem vacinação

Publicada nesta segunda-feira (25), a Portaria nº 665 de 21 de março de 2024 do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que entra em vigor a partir de 02 de maio de 2024, reconhece nacionalmente o Estado de São Paulo como livre de Febre Aftosa sem vacinação. Além de São Paulo, passam a ser considerados áreas livres da doença sem vacinação os Estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal.

A publicação também disciplina e passa a proibir nos Estados anunciados, o armazenamento, a comercialização e o uso da vacina contra a Febre Aftosa e o trânsito de animais vacinados contra a doença, podendo estas, serem usadas apenas mediante autorização do Departamento de Saúde Animal do MAPA.

“Hoje é um dia histórico para São Paulo, o maior exportador de carne bovina do Brasil. A excelência da sanidade animal do Estado agora é oficial em todo o território nacional, gerando novos mercados e valorizando o setor agropecuário”, destacou o secretário de Agricultura, Guilherme Piai.

De acordo com o Artigo 3º da Portaria, fica proibido o ingresso e a incorporação de animais vacinados contra a Febre Aftosa nos Estados reconhecidos como área livre sem a aplicação do imunizante, oriundos dos Estados que realizam à vacinação regular de bovinos e bubalinos.

“O trânsito de animais vacinados, destinados a outras Unidades da Federação (UF) com trânsito pelos estados e regiões descritas no caput deverá ocorrer por rotas previamente estabelecidas pelo Serviço Veterinário Oficial”, diz o documento.

Neste momento, ainda fica mantida a proibição do ingresso e a incorporação de bovinos e bubalinos nos Estados, municípios e parte dos municípios que compõem as zonas reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como livres da doença sem vacinação oriundos dos estados reconhecidos nesta segunda-feira.

A proibição no trânsito se dará até que a OMSA conceda o reconhecimentos do status sanitário de livre da Febre Aftosa aos Estados supracitados, fato que está previsto para acontecer em maio de 2025.

“Este reconhecimento nacional é um passo anterior ao reconhecimento internacional que tanto almejamos. E, para São Paulo, foi muito importante que nosso reconhecimento nacional tenha ocorrido no mesmo momento em que o de outros Estados que são nossos grandes parceiros na pecuária, como Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, pois evitará restrições de trânsito entre estes estados”, comemora Erika Ramos Mello, médica-veterinária e diretora do Departamento de Trânsito e Análise de Riscos (DETRAR) da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA).

Já para Christiane Morais, presidente da Câmara Setorial da Carne Bovina na SAA, o reconhecimento é um avanço histórico na pecuária paulista. “Agora estamos operando com alto nível de segurança e vigilância dos rebanhos. Parabéns a todos os envolvidos que estão unidos em torno do Governo do Estado de SP”, disse.

Campanhas

Após a última campanha, realizada em novembro de 2023, o Estado de São Paulo passou a adotar diferentes medidas para manter a sanidade do rebanho pecuário. “São ações que assim como para a retirada, precisarão do empenho de todo o setor produtivo envolvido, uma vez que a vigilância será um dos principais métodos de prevenção da doença e também para detecção precoce no caso de reintrodução da enfermidade”, comenta Breno Welter, médico-veterinário e gerente do Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa (PEEFA).

 

A partir da retirada da vacinação, o produtor, que antes imunizava o rebanho nos meses de maio e novembro, agora precisará efetuar, nos mesmos meses, a declaração do rebanho, assim como era realizado. Além dos bovídeos, é preciso declarar todos os animais de outras espécies existentes na propriedade, tais como equídeos (equinos, asininos e muares), suínos, ovinos, caprinos e aves (granjas de aves domésticas, criatórios de avestruzes).

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Repórter Gustavo Batista
Posted 9 months ago

A colheita total de grãos na safra 2023/24 deve chegar a 299,8 milhões de toneladas, conforme a nova estimativa divulgada no 5º Levantamento da Safra de Grãos, nesta quinta-feira (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume é 6,3%  inferior ao obtido na safra passada, o que representa 20,1 milhões de toneladas. Quando comparada com a primeira estimativa desta safra feita pela Conab, a atual projeção apresenta uma diminuição de 17,7 milhões de toneladas.

O comportamento climático nas principais regiões produtoras, sobretudo para soja e milho primeira safra, vem afetando negativamente as lavouras, desde o plantio.O atraso no plantio da soja possivelmente impactará no plantio da segunda safra de milho.

A produção de soja estimada é de 149,4 milhões de toneladas, o que representa queda de 3,4% se comparado com o volume obtido no ciclo 2022/23. Já se for considerada a expectativa inicial desta temporada, a quebra chega a 7,8%, uma vez que a Conab estimava uma safra de 162 milhões de toneladas. O atraso do início das chuvas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba, seguido por chuvas irregulares e mal distribuídas, com registros de períodos de veranicos superiores a 20 dias, além das altas temperaturas, estão refletindo negativamente no desempenho das lavouras.

Outro importante produto que tem estimativa de menor produção é o milho. A queda na safra total do cereal deve chegar a 18,2 milhões de toneladas, resultando em um volume de 113,7 milhões de toneladas. O cultivo de primeira safra do grão, que representa 20,8% da produção total, enfrentou situações adversas como elevadas precipitações no Sul do país e  baixas pluviosidades no Centro-Oeste, acompanhadas pelas altas temperaturas, entre outros fatores. 

Também é esperada uma queda na produção de feijão influenciada pelo clima adverso. A implantação da primeira safra da leguminosa caminha para a sua conclusão e vem apresentando alterações negativas devido às precipitações excessivas, atraso de plantio e  ressemeaduras. A semeadura da segunda safra do grão já foi iniciada, especialmente na região Sul, porém o cenário geral é de atraso em razão da colheita da primeira safra estar atrasada. Mesmo assim, a Conab ainda estima uma safra de 2,97 milhões de toneladas de feijão no país.

O contexto do El Niño embora tenha afetado inicialmente a lavoura do arroz, não gerou perdas até o momento nesta safra. A produção está estimada em 10,8 milhões de toneladas, 7,6% acima da produção da safra anterior. Alta também para o algodão. A estimativa é que o país estabeleça um novo recorde para a produção da pluma, chegando a 3,3 milhões de toneladas. O preço da commodity e as perspectivas de comercialização refletiram no aumento de área de plantio, que apresenta crescimento de 12,8% sobre a safra 2022/23. 

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Repórter Gustavo Batista
Posted 1 year ago

Mercado de etanol hidratado reacende e vendas atingem 833 milhões de litros

São Paulo, 24 de agosto de 2023 – A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de agosto registrou crescimento de 23,38%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 47,87 milhões de toneladas contra 38,80 milhões. No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 360,05 milhões, ante 322,48 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 22/23 – avanço de 11,65%.



Embora os dados sejam positivos, vale ressaltar que chuvas pontuais prejudicaram a operacionalização da colheita em algumas regiões do Centro-Sul, drenando marginalmente o aproveitamento de tempo. Tal fato serve de alerta para não se esquecer do risco proveniente do El Niño, cuja incerteza ainda paira sobre a moagem potencial da safra 23/24. Lembra-se ainda que, em relação ao ciclo 20/21 o último cuja moagem ultrapassou a marca de 600 milhões, o processamento deste ano safra se encontra defasado em mais 14 milhões de toneladas.



Em julho, dados do benchmarking agronômico do CTC apontam que o rendimento agrícola registra crescimento de 24,1% ante o mesmo mês do ano anterior - 98,0 ton/ha versus 78,9 ton/ha. Com o resultado bastante robusto, a produtividade da lavoura acumula alta de 22,4% no ano safra, atingindo a marca de 93,6 toneladas de cana colhidas por hectare.



Na primeira quinzena de agosto permanecem em operação 261 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 244 unidades com processamento de cana, sete empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, havia 259 unidades produtoras em atividade.



No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na primeira quinzena de agosto foi de 149,23 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 152,57 kg por tonelada na safra 22/23 – variação negativa de 2,19%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 135,09 kg de ATR por tonelada (-0,53%).



Produção de açúcar e etanol



A produção de açúcar na primeira quinzena de agosto totalizou 3,46 milhões de toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 2,63 milhões de toneladas, representa aumento de 31,22%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 22,68 milhões de toneladas, contra 18,63 milhões de toneladas do ciclo anterior (+21,69%). O mix de produção segue favorecendo o adoçante que no acumulado da safra se apropria de 48,93% do ATR estimado.



Na primeira metade de agosto, 2,35 bilhões de litros (+16,43%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,42 bilhão de litros (+22,46%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 921,63 milhões de litros (+8,19%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 16 de agosto, a fabricação do biocombustível totaliza 16,79 bilhões de litros (+6,84%), sendo 9,76 bilhões de etanol hidratado (+0,73%) e 7,03 bilhões de anidro (+16,66%).



Da produção total de etanol registrada na primeira quinzena de agosto, 12% foram provenientes do milho, cuja produção foi de 282,02 milhões de litros neste ano, contra 165,68 milhões de litros no mesmo período do ciclo 22/23 – aumento de 70,22%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 2,23 bilhões de litros – avanço de 49,74% na comparação com igual período do ano passado.



Fica evidente que a conjunção da alta produtividade agrícola observada nos canaviais e o crescimento robusto da produção de etanol de milho serão compensações, mais que suficientes, para quaisquer quedas na qualidade da cana-de-açúcar e maior destinação relativa do ATR para produção do açúcar. A oferta de etanol não irá retrair apesar dessas condições e, por consequência, há garantia de que os produtores irão atender aos volumes necessários para a mistura de etanol anidro, a demanda por etanol hidratado e o cumprimento das metas de descarbonização deste e do próximo ano, por meio da emissão de CBios.



Vendas de etanol



Na primeira quinzena de agosto, as vendas de etanol totalizaram 1,32 bilhão de litros, o que representa uma variação positiva de 8,74% em relação ao mesmo período da safra 22/23. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 486,02 milhões de litros – uma queda de 11,40% – enquanto o etanol hidratado registrou venda de 833,25 milhões de litros – avanço de 25,36%.



No mercado doméstico houve a inversão do cenário que vinha sendo recorrente desde o início do atual ciclo agrícola. Na primeira metade de agosto, as vendas de etanol hidratado avançaram 15% em relação ao mesmo período de 2022, totalizando 752,38 milhões de litros. No caso do etanol anidro, a variação foi negativa em 3,86%, resultando em um volume de 477,41 milhões de litros. Ao que tudo indica, competitividade conquistada pelo biocombustível nos postos, frente ao concorrente fóssil, está surtindo efeito na decisão de abastecimento dos consumidores.



No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol soma 10,94 bilhões de litros, o que representa um aumento de 1,76%. O álcool hidratado compreende uma venda no volume de 6,12 bilhões de litros (-4,83%), enquanto o anidro de 4,82 bilhões (+11,58%).

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Repórter Gustavo Batista
Posted 1 year ago

Greening avança no cinturão citrícola e demanda ações efetivas do setor para reduzir incidência nos pomares

O levantamento anual da incidência de greening (huanglongbing/HLB) feito pelo Fundecitrus indica que a doença subiu de 24,42%, em 2022, para 38,06% em 2023 em todo cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro. Um crescimento de 56% que corresponde a aproximadamente 77,22 milhões de árvores doentes do total de 202,88 milhões de laranjeiras em todo o parque. O momento continua exigindo mais esforço e estratégia dos citricultores para o controle mais eficaz da doença. Este é o sexto ano consecutivo de crescimento da incidência da doença, porém foi o maior aumento em pontos percentuais de toda série histórica desde 2008.



A incidência aumentou consideravelmente em todas as regiões e tamanhos de propriedades. “É um momento bastante delicado. Estamos em uma situação em que o manejo correto será determinante para reduzir a incidência”, orienta o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres.



Regiões

As regiões com maior incidência continuam sendo Limeira (73,87%), Brotas (68,53%), Porto Ferreira (59,65%), Duartina (55,66%) e Avaré (54,79%). Entretanto, neste ano a região de Altinópolis passou a fazer parte desse grupo com alta incidência de greening (40,60%). Dessas regiões, as de Duartina, Altinópolis, Avaré e Brotas apresentaram os maiores aumentos em pontos percentuais em relação à incidência de 2022 (30,29; 24,64; 22,99 e 19,12 pontos, respectivamente).



Em faixa intermediária, se mantém as regiões de São José do Rio Preto (20,54%), Bebedouro (20,37%), Matão (17,42%) e Itapetininga (11,47%). Chama a atenção o considerável aumento em pontos percentuais das regiões de Bebedouro e Matão (respectivamente, 12,94 e 8,90) em relação a 2022, pois nessas regiões a doença estava se mantendo estável ou diminuindo nos últimos cinco anos. Em São José do Rio Preto e Itapetininga, o aumento foi de 6,04 e 4,32 pontos percentuais, respectivamente. As regiões de Votuporanga (1,77%) e Triângulo Mineiro (0,35%) permanecem com menores incidências, porém em ambas as regiões foi observado aumento da doença (1,72 e 0,34 pontos percentuais em Votuporanga e Frutal, respectivamente).



Crescimento

Como alertado em relatórios anteriores elaborados pelo Fundecitrus, uma das principais causas do avanço do greening tem sido a prática de se manter árvores doentes em pomares comerciais, principalmente das árvores em produção, com controle insuficiente do psilídeo. “Isto tem propiciado, ano após ano, o aumento da população de psilídeos infectivos também dentro dos pomares comerciais e, consequentemente, o aumento da incidência de greening”, diz o pesquisador do Fundecitrus Renato Bassanezi. Em 2022, lembra o pesquisador, a população de psilídeos monitorada pelo sistema de Alerta Fitossanitário do Fundecitrus foi o dobro da população de 2021, que já havia sido recorde desde 2009. “Esse aumento recorde da população de psilídeos, associado à manutenção de plantas doentes nos pomares, culminou no aumento alarmante da doença em 2023”, diz.





Resistência e clima

Dentre os quatro pilares fundamentais de controle do psilídeo (uso de inseticidas e doses eficazes, rotação de inseticidas com diferentes modos de ação, intervalos entre aplicações menores ou iguais a 7 dias nos períodos de brotação e aplicações de qualidade em todas as partes da planta), o que mais contribuiu para a ineficiência do controle do psilídeo e, consequentemente, para o aumento da incidência de greening, foi o uso intensivo e seguido de inseticidas dos grupos piretroide e neonicotinoide que apresentaram ocorrência comprovada de psilídeos resistentes. “A não rotação adequada de inseticidas com diferentes modos de ação, adotada por grande parte dos citricultores, levou à rápida seleção de populações do psilídeo resistentes a esses dois grupos de inseticidas e, a consequente, perda de eficácia desses produtos no campo”, explica. Para reverter este quadro é preciso que haja a interrupção do uso desses inseticidas por todos os citricultores das regiões com problema de controle por no mínimo três meses e que se adote a rotação de inseticidas de outros grupos químicos com 3 a 4 modos de ação diferentes.



O clima também ajuda a entender o cenário de aumento da incidência da doença. Nesta última safra, as condições climáticas nas regiões do extremo norte e noroeste foram de chuvas mais frequentes e temperaturas menos quentes durante a primavera e verão, favorecendo aumento do psilídeo e disseminação da bactéria. No extremo sul (região de Itapetininga) as chuvas em maior frequência e abundância não representaram um fator limitante para as brotações, que servem de alimento para o inseto, nem para a multiplicação da bactéria, porém as temperaturas mais baixas no outono e inverno retardam de certa forma o desenvolvimento do psilídeo. Nas regiões centro e sul, em geral, as chuvas foram mais bem distribuídas e a temperatura foram favoráveis para o psilídeo e bactéria.



Cancro e CVC

O levantamento elaborado pelo Fundecitrus também aponta crescimento na incidência de cancro nos pomares. De acordo com o novo levantamento, a doença está presente em 19,97% das plantas, um aumento de 6,4% na incidência da doença no parque citrícola paulista e Triângulo Mineiro em relação ao ano anterior. O índice atual retoma a tendência de aumento da doença interrompida em 2021 devido à escassez de chuvas.



Já a incidência da CVC (clorose variegada dos citros) continua baixa em todo o parque citrícola. A porcentagem de plantas com sintomas da doença em 2023 (0,56%) foi menor que a verificada em 2022 (0,80%). Em 2023 a incidência corresponde a aproximadamente 1,14 milhão de um total de 202,88 milhões de laranjeiras. O levantamento completo está disponível no site do Fundecitrus: www.fundecitrus.com.br/levantamentos.

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Repórter Gustavo Batista
Posted 1 year ago

Moagem atinge 542,39 milhões de toneladas de cana e produção total avança 3,8%

 A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de janeiro na região Centro-Sul totalizou 307,30 mil toneladas. Nesse mesmo período, no ano anterior, não houve processamento de cana-de-açúcar. No acumulado da safra 2022/2023, a moagem atingiu 542,39 milhões de toneladas, ante 522,62 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2021/2022 – um avanço de 3,78%.

Ao término da quinzena, permanecem em operação 13 unidades no Centro-Sul, sendo três unidades com processamento de cana-de-açúcar e 10 empresas que fabricam etanol a partir do milho. No mesmo período, na safra 2021/2022, havia nove parques fabris em atividade.

Vale destacar que o índice pluviométrico que vem se materializando nos últimos meses, especialmente em dezembro e janeiro, contribui para o bom desenvolvimento da lavoura e coloca expectativas favoráveis para a safra que irá se iniciar em abril.

A qualidade da matéria-prima colhida acumulada desde o início da safra até a segunda metade de janeiro, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou redução de 1,29% na comparação com o mesmo período do ciclo agrícola anterior, atingindo 141,15 kg de ATR por tonelada nesta safra.

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Repórter Gustavo Batista
Posted 2 years ago

Aumento da produção de sólidos do leite é estratégia para lucratividade na pecuária leiteira



Manejo nutricional das vacas é um dos principais fatores para melhor qualidade de laticínios


Pesquisadoras da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) têm proposto práticas que alteram a composição do leite por meio de aprimoramento na alimentação dos bovinos, auxiliando produtores a atingirem melhores níveis de proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e sais minerais, os chamados sólidos do leite, e ampliarem os lucros de suas atividades.

Produtores de leite têm se preocupado cada vez mais com a qualidade do leite produzido e, por conseguinte, com o aumento dos níveis dos sólidos totais, prática que tem sido estimulada pela indústria de lácteos com bonificações financeiras. Tais componentes, sobretudo proteínas e gorduras, possuem relevância na qualidade do leite para consumo e formam a base do setor, pois é a partir deles que se obtém produtos como iogurte, queijo, requeijão e manteiga.



De acordo com estudo publicado pelas pesquisadoras Cristiane Viana e Karina Toledo, o teor de sólidos no leite sofre variação de acordo com a genética, saúde, boas práticas de ordenha e manejo nutricional de vacas em lactação. Dentre tais fatores, elas destacam o manejo nutricional dos animais como uma das estratégias mais eficazes. A nutrição está diretamente relacionada à produção de leite, seja no volume e/ou na composição de sólidos. Uma vaca saudável e bem alimentada, tendo todas as exigências de nutrientes supridas com a alimentação, mantida em um ambiente que proporcione conforto e bem estar, terá condições de expressar o seu potencial máximo de produção de leite e, consequentemente, terá maiores teores de sólidos.



Nesse sentido, é ideal garantir um suprimento adequado de proteínas, energia, fibras, minerais e vitaminas aos animais, por meio de uma formulação adequada da dieta a partir do volumoso que o produtor tiver disponível, seja ele pastagem, silagem ou feno. “É importante procurar o auxílio de um profissional, que irá calcular a quantidade apropriada de ingredientes da dieta para atender às exigências dos animais”, salienta Karina Toledo.



As principais recomendações das pesquisadoras são a otimização da fermentação ruminal das vacas e o uso de alimentos volumosos com fibras de alta qualidade. Produtores devem focar em dietas ricas em energia e proteínas para seus animais, pois são componentes essenciais para a síntese da proteína do leite. “Outra possibilidade de aumento de proteína para a glândula mamária é a inclusão de aminoácidos protegidos na dieta, favorecendo um aumento da proteína microbiana e consequentemente aumento do aporte de proteína para a produção de leite”, complementa Karina. Além do manejo alimentar e formulação da dieta, outros fatores que afetam a produção de proteína são o melhoramento genético, o estágio da lactação e o conforto ambiental, apesar de as possibilidades de alteração serem mais limitadas.



Já a gordura é o componente com maior potencial de alteração por meio da nutrição. “A redução no teor de gordura do leite está relacionada a alterações no metabolismo de ácidos graxos, causadas, por exemplo, pela ingestão de dietas com altas quantidades de amido ou óleos. Mas quando é fornecida uma dieta com alimentos volumosos, fibras de qualidade e matéria seca regular, tem-se um favorecimento na produção de ácidos graxos voláteis no rúmen do animal, o que favorece o aumento do teor de gordura no leite”, explica Cristiane Viana.



Para as pesquisadoras, outra estratégia importante para elevar o teor de gordura no leite é o aumento na frequência de alimentação dos bovinos, por ser uma prática que evita flutuações do pH ruminal e favorece a manutenção dos microrganismos produtores de ácido acético no rúmen, o qual ajuda na formação da gordura no úbere das vacas. No caso de animais confinados, a indicação é que o cocho esteja sempre cheio, com oferta de alimento o dia todo.



A EPAMIG, em conjunto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), cooperativas e técnicos autônomos, tem trabalhado junto aos produtores para disseminar e favorecer a implementação de boas práticas agropecuárias em prol da melhoria da qualidade do leite. “A efetivação dos programas de melhoria na qualidade do leite é vantajosa para o produtor, que terá mais rendimento e receberá uma bonificação, para a indústria, que irá produzir produtos com menor custo e maior prazo de validade, e para o consumidor, que poderá ter produtos de qualidade e que não ofereçam riscos à sua saúde”, conclui Cristiane.

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Repórter Gustavo Batista
Posted 2 years ago

Moagem e produção de açúcar e etanol crescem na 1ª quinzena de setembro



A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de setembro na região Centro-Sul atingiu 39,49 milhões de toneladas, registrando aumento de 2,51% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando foram processadas 38,52 milhões de toneladas. No acumulado da safra, a moagem totalizou 405,82 milhões de toneladas ante 431,99 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 – queda de 6,06%.



O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, comenta que “a moagem segue avançando em relação àquela registrada na safra 2021/2022. A despeito da queda observada nos valores acumulados, o atual ciclo agrícola deverá ter duração mais longínqua graças ao melhor desenvolvimento da lavoura. Com isso, é esperado que um maior número de usinas permaneça em operação durante os meses de novembro e dezembro, ao contrário do que ocorreu no ano de 2021”.



Até o dia 16 de setembro, 252 unidades estavam em operação no Centro-Sul frente às 253 na safra 2021/2022. Na primeira quinzena de setembro, quatro unidades produtoras encerram a moagem de cana-de-açúcar do atual ciclo.



A qualidade da matéria-prima colhida na primeira quinzena de setembro, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, aumentou em 2,20% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 158,52 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, ainda se observa uma queda de 1,17%, com o indicador marcando 139,99 kg de ATR por tonelada.



Produção de açúcar e etanol



A produção de açúcar na primeira metade de setembro totalizou 2,86 milhões de toneladas (+12,16%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 24,63 milhões de toneladas, frente às 26,89 milhões de toneladas do ciclo anterior (-8,38%).



Na primeira quinzena de setembro, 2,12 bilhões de litros (2,04%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 1,21 bilhão de litros (1,90%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 902,83 milhões de litros (2,24%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 20,06 bilhões de litros (-3,67%), dos quais 12,18 bilhões consistem em etanol hidratado (-4,61%) e 7,88 bilhões em anidro (-2,16%).



Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na segunda quinzena de agosto registrou 212,33 milhões de litros, contra 145,79 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 – avanço de 45,64%. No acumulado desde o início da safra, a produção atingiu 1,90 bilhão de litros - avanço de 28,22% na comparação com igual período do ano passado.



Rodrigues destaca que “o avanço da moagem, em concomitância com a melhora da qualidade da matéria-prima e a preeminente produção de etanol de milho, possibilitou um avanço robusto da produção de etanol e açúcar”.



Vendas de etanol



Na primeira quinzena de setembro, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 1,15 bilhão de litros de etanol, o que representa uma queda de 2,64% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.



No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 647,72 milhões de litros, o que significa uma queda de 3,25% em relação ao mesmo período da safra anterior. As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, totalizando 450,53 milhões de litros no mês, registrando redução de 6,74%. No acumulado da safra, foram comercializados 7,54 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-6,38%) e 4,88 bilhões de litros de etanol anidro (+4,39%).



Desde o início da safra 2022/2023, as unidades produtoras comercializaram 13,36 bilhões de litros de etanol, o que representa uma queda de 0,99% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 7,88 bilhões de litros (-7,57%); já as de anidro, 5,48 bilhões de litros (+10,30%).

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Repórter Gustavo Batista
Posted 2 years ago

PORQUE CRESCIMENTO DO GREENING PREOCUPA?

A incidência de greening segue aumentando no cinturão citrícola, com exceção das
regiões mais ao norte e noroeste (Triângulo Mineiro e Votuporanga) e das regiões
de Duartina e Matão. No extremo norte e noroeste, o clima é mais quente e há
restrições hídricas severas para as plantas cítricas. As chuvas são mais concentradas
na primavera e no verão. Como consequência, quando comparado com as demais
regiões, existe um menor número de picos vegetativos por ano, que ocorrem nesse
período, e as brotações se desenvolvem e amadurecem mais rápido. Tudo isso afeta
de forma negativa tanto a reprodução do psilídeo como a vulnerabilidade das
plantas a novas infecções, pois tanto a reprodução do inseto como a sua alimentação
e inoculação da bactéria ocorrem nas brotações novas. Além disso, o calor intenso
que se verifica nessas regiões acaba por reduzir a multiplicação e movimentação da
bactéria do greening dentro da planta já doente. A menor concentração da bactéria
resultante do calor acaba por reduzir as chances do psilídeo adquiri-la e disseminála para as plantas sadias. Todos esses fatores, ou seja, menor quantidade de psilídeo
infectivo e menores chances de infecção, impedem que a doença se dissemine de
forma rápida. A explicação para a estabilidade da incidência nas regiões de Matão e
Duartina, por sua vez, é o maior rigor dos produtores na eliminação de plantas e
controle do psilídeo dentro das fazendas e a maior participação dos citricultores nas
ações externas de redução de inóculo.
Uma das principais causas do avanço do greening nas demais regiões do cinturão
citrícola tem sido a prática de se manter árvores doentes em pomares comerciais,
principalmente das árvores em produção, com controle insuficiente do psilídeo. O
clima mais favorável tanto para o psilídeo quanto para a bactéria do greening
também ajuda na disseminação. Nas regiões centro e sul, em geral, as chuvas são
mais bem distribuídas e a temperatura não é tão elevada como em Votuporanga e
Triângulo Mineiro. Assim, o clima mais favorável e o controle inadequado ou
insuficiente do psilídeo nos pomares que as árvores doentes não são eliminadas têm
propiciado aumento da população de psilídeos infectivos também dentro dos
pomares comerciais. Em 2021, a população de psilídeos monitorada pelo sistema de
Alerta Fitossanitário do Fundecitrus foi 84% maior que a de 2020, sendo o novo
recorde registrado desde 2009, e isso culminou no aumento da doença observado
em 2022.


Entre os principais problemas observados em relação ao controle do psilídeo estão:
i) uso de inseticidas e doses com baixa eficiência de controle; ii) rotação inadequada
de inseticidas, geralmente com realização de pulverizações em sequência de
inseticidas com o mesmo modo de ação, levando à seleção de populações resistentes
do psilídeo a determinados inseticidas; iii) intervalos prolongados entre aplicações,

ou seja, acima de 7 dias nos períodos de brotação, o que resulta em menor proteção
dos brotos durante o seu desenvolvimento, e, muitas vezes, acima de 14 dias,
principalmente nos pomares adultos, o que permite que o psilídeo complete seu
ciclo de ovo a adulto dentro do pomar e, se estiver em uma planta doente, adquira a
bactéria na fase de ninfa e transmita-a com maior eficiência; e iv) falhas de cobertura
das pulverizações, principalmente no topo das árvores adultas muito altas (>5 m)
ou em plantios muito adensados, e também em pomares recém-plantados onde os
pulverizadores passam muito distantes das plantas.


Em 2021 o padrão de brotação foi um pouco diferente quando comparado com
outros anos. Foram observados picos de fevereiro a abril e um surto maior de junho
a novembro. Essa presença quase que contínua de pomares com brotação esteve
associada às condições climáticas favoráveis, mas também às práticas de poda em
pomares adensados e à prática de irrigação para antecipação da florada. Essas
condições criaram condições favoráveis para a reprodução e alimentação do
psilídeo por quase todo o ano, aumentando as chances de transmissão da doença.
Nas regiões com maiores incidências de greening já são observados os impactos da
doença, como o (i) aumento da eliminação de árvores e pomares, (ii) redução da
produção e aumento da taxa de queda prematura de frutos, e (iii) maior dificuldade
de controle da doença em pomares jovens, o que, nas regiões de maior risco,
contribui para a dificuldade de renovação dos pomares, levando a um
envelhecimento do cinturão citrícola, porém de menor longevidade produtiva.


Assim como na safra 2020/2021, na safra 2021/2022 as regiões que apresentaram
as maiores taxas de queda de frutos por causa do greening em relação ao total de
frutos caídos também foram as regiões de maior incidência da doença. A taxa de
queda por greening e o quanto ela representou do total de frutos caídos foram,
respectivamente, de 12,5% e 46,7% na região de Limeira; 8,2% e 29,2% em Brotas;
8,7% e 33,7% em Porto Ferreira; 3,1% e 15,6% em Duartina; e 2% e 10% em Avaré.
Por outro lado, nas demais regiões, com menores incidências de greening, as taxas
de queda por causa da doença foram menores que 1%, representando menos de 2%
da queda total nessas regiões.


De maneira geral, quanto maior a incidência de greening em pomares acima de 5
anos, maior tem sido a incidência da doença em pomares de até 5 anos,
demonstrando o aumento da dificuldade de controle da doença em pomares jovens
quando se tem alta incidência da doença em pomares mais velhos e com o controle
inadequado do psilídeo nesses pomares. Quanto mais jovem a planta for infectada
pela bactéria do greening, mais rápida é a evolução da severidade dos sintomas na
copa da planta e mais rápida é a perda do seu potencial produtivo, que é irreversível.
Nas regiões de Limeira, Brotas e Porto Ferreira, a incidência de greening em
pomares com mais de 5 anos é, respectivamente, 87,09%, 57,71% e 61,34%, e nos
pomares com até 5 anos, de 39,29%, 27,67% e 21,28%. Nas regiões de Avaré e
Duartina, foram observadas, respectivamente, 40,03% e 38,92% de árvores acima
de 5 anos com sintomas e 7,75% e 5,75% de árvores sintomáticas com até 5 anos.
Nas regiões de São José do Rio Preto, Altinópolis, Itapetininga, Matão e Bebedouro,
nos pomares acima de 5 anos, a incidência varia de 8,54% a 18,60% e, nos pomares
de até 5 anos, a incidência variou de 1,29% a 6,57%. Em Votuporanga e Triângulo

Mineiro, independentemente da idade, a incidência de greening é menor do que
0,1%.


Esse cenário é bastante preocupante porque nas cinco regiões do cinturão com
maior incidência da doença estão 55,61% das laranjeiras com até 5 anos. Se
somarmos ainda a região de Itapetininga, que teve um aumento bastante
significativo da doença nesse último ano, essa porcentagem passa para 65,97%.
Em função desse cenário, nas regiões e propriedades com maior incidência da
doença, a recomendação é intensificar as ações de controle do greening dentro dos
pomares comerciais, com a manutenção do rigor no controle do psilídeo , com
aplicações no mínimo a cada 14 dias para que as plantas doentes não sirvam de fonte
de inóculo e acelerem a propagação da doença dentro do pomar e nos pomares
vizinhos, aumentando seus danos. Nessas regiões, as ações externas de controle ao
redor dos pomares comerciais – com a substituição de plantas de citros e murta em
pomares mal manejados, abandonados e quintais e/ou o controle químico ou
biológico do psilídeo nesses locais – também devem ser intensificadas. Recomenda-se que o plantio de novos pomares nessas regiões, que poderão ser significativamente afetados ainda nos primeiros anos, tendo menor longevidade

produtiva, deva ser evitado ou muito bem planejado. Antes de implantar um novo
pomar, o produtor deverá conhecer muito bem sua capacidade de controlar
adequadamente o psilídeo e a situação de manejo e presença do greening nos
pomares comerciais vizinhos, quintais rurais e urbanos e pastagens, em um raio de
até 5 km ao redor da sua propriedade e analisar muito bem os riscos.
Nas regiões e propriedades com baixa incidência de greening, é essencial que seja
mantida a eliminação de plantas doentes dentro do pomar, além das ações de
controle do psilídeo e redução de fontes de inóculo externas. Quando plantas
doentes são mantidas no pomar, elas se tornam constantes fontes de inóculo da
bactéria dentro do pomar, aumentando o risco de transmissão e a dependência do
produtor pelo controle químico do psilídeo.


O manejo rigoroso do greening pela maioria dos citricultores da região, tanto dentro
como fora da propriedade, em parceria com o Fundecitrus, tem se mostrado efetivo
em manter e até reduzir o greening em fazendas localizadas inclusive em regiões de
clima altamente favorável à doença, como são os casos de Matão e Duartina.

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Repórter Gustavo Batista
Posted 2 years ago

CRESCE PRESENÇA DO GREENING NA CITRICULTURA

Em 2022, em uma “fotografia atual”, a incidência média de laranjeiras com sintomas
de greening no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais
é de 24,42%, o que corresponde a aproximadamente 48,67 milhões de árvores
doentes. Esse índice é maior do que o de 2021, estimado em 22,37%, sendo este o
quinto ano consecutivo de crescimento da incidência da doença no cinturão
citrícola. Como informado anteriormente, a margem de erro é de 1,22 ponto
percentual para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.
No “cenário Reestimado” em que se desconsidera o total de mudas plantadas e se
inclui a estimativa de árvores acima de 10 anos eliminadas por greening em 2021, a
incidência em 2022 seria de 27,50%, ante 26,52% em 2021.


Incidência por região
As regiões com maiores incidências nos pomares são Limeira (70,72%), Brotas
(49,41%), Porto Ferreira (47,05%), Avaré (31,80%) e Duartina (25,37%). No
“cenário reestimado”, as incidências em 2022 seriam de 80,27% em Limeira,
66,71% em Brotas, 54,69% em Porto Ferreira, 34,23% em Avaré e 27,33% em
Duartina. Enquanto nas regiões de Limeira, Porto Ferreira, Brotas e Avaré a
tendência é de aumento, em Duartina a tendência é de estabilização.
Em uma faixa intermediária estão as regiões de Altinópolis (15,96%), São José do
Rio Preto (14,50%), Matão (8,90%), Bebedouro (7,43%) e Itapetininga (7,15%).
No “cenário reestimado”, as incidências em 2022 seriam de 16,21% em Altinópolis,
14,50% em São José do Rio Preto, 11,92% em Matão, 7,99% em Bebedouro e
7,91% em Itapetininga. Com exceção de Bebedouro e Matão, a tendência foi de
aumento em todas as demais regiões desse grupo, com destaque negativo para as
regiões de São José do Rio Preto e Itapetininga, que em 2021 estavam no grupo das
regiões com menores incidências e em 2022 tiveram um aumento bastante
significativo.


Permanecem com menores incidências as regiões de Votuporanga (0,05%) e
Triângulo Mineiro (0,01%). No “cenário reestimado”, as incidências em 2022seriam
de 0,03% em Votuporanga e 0,02% no Triângulo Mineiro. Em ambas as regiões, os
índices permaneceram dentro da faixa observada nos últimos cinco anos.


Incidência por idade dos pomares
Com relação às faixas de idade, a maior incidência continua sendo observada nos
pomares acima de 10 anos (33,96%), seguida pelos pomares de 6 a 10 anos
(25,03%), de 3 a 5 anos (16,53%) e de 0 a 2 anos (2,79%). Nos pomares de 6 a 10
anos e acima de 10 anos, a incidência aumentou pelo sétimo ano consecutivo. Isso
se deve a não eliminação e, consequentemente, ao acúmulo de plantas com sintomas
nos talhões dessas faixas etárias. Na faixa de 3 a 5 anos, a incidência aumentou pelo
terceiro ano seguido. Entretanto, o aumento foi menor do que nos dois anos
anteriores (6,50% em 2019; 11,36% em 2020; e 16,32% em 2021).Na faixa de 0 a
2 anos, caiu de 4,30% em 2021 para 2,79% em 2022.

Quanto maior a incidência de greening nos pomares acima de 5 anos na região,
maior a incidência nos pomares com até 5 anos. As incidências nas regiões em
pomares acima de 5 anos e em pomares até 5 anos são, respectivamente, 87,09% e
39,29% em Limeira; 61,34% e 20,90% em Porto Ferreira; 57,71% e 27,67% em
Brotas; 40,02% e 7,75% em Avaré; 38,92% e 5,75% em Duartina; 18,60% e 4,31%
em São José do Rio Preto; 18,03% e 4,84% em Altinópolis; 11,84% e 1,29% em
Itapetininga; 10,25% e 6,57% em Matão; e 8,54% e 4,26% em Bebedouro. Nas
regiões de Votuporanga e Triângulo Mineiro, tanto nos pomares com menos ou mais
de 5 anos, a incidência não passa de 0,1%.
Incidência por tamanho da propriedade
Quanto menor a propriedade, maior é a incidência de plantas com sintomas de
greening. Nas propriedades com até 10 mil plantas (tamanho médio estimado em
até 21 hectares), onde estão 5,63% das laranjeiras do cinturão citrícola, a incidência
reduziu para 39,39% (ante 41,72% em 2021). Nas demais faixas de tamanho, a
incidência segue tendência de aumento. Nas propriedades entre 10,1 mil a 100 mil
plantas (tamanho médio estimado em 21,1 a 210 hectares), que cultivam 26,31%
das laranjeiras, a incidência aumentou para 33,15% (ante 32,47% em 2021). Nas
propriedades de 100,1 mil a 200 mil plantas (tamanho médio estimado em 210,1 a
420 hectares), onde estão plantadas 13,36% das laranjeiras, a incidência aumentou
para 21,57% (ante 21,50% em 2021). Nas propriedades com mais de 200 mil
plantas (tamanho médio estimado superior a 420 hectares), responsáveis por
54,70% das laranjeiras, a incidência aumentou para 19,39% (ante 14,06% em
2021). O aumento mais significativo ocorreu nessa última classe de tamanho de
propriedade.


Incidência nos talhões de borda
No inventário de 2022, estima-se que cerca de 73% das plantas do cinturão citrícola
estão em talhões localizados nas bordas das propriedades, ou seja, todas as plantas
ou parte delas estão a uma distância de até 100 metros das divisas. As demais
plantas (27%) estão em talhões localizados a mais de 100 metros das divisas. Os
talhões de borda apresentaram incidência média de 27,33%, praticamente a mesma
de 2021 (27,08%). Já a incidência dos talhões localizados no interior das
propriedades teve um aumento expressivo, passando de 11,65% para 16,57%, o que
mostra que as novas infecções estão sendo originadas também dentro dos próprios
talhões e não somente pelos psilídeos contaminados que vêm de fora para dentro da
propriedade e se concentram nos talhões de borda. A manutenção de plantas
doentes no pomar e o controle inadequado do psilídeo são os responsáveis por boa
parte dessas infecções que ocorrem nos talhões do interior.


Severidade
Das árvores sintomáticas, 45,45% estão com menos de 25% da copa tomada por
sintomas (nível 1); 17,40% têm nível de severidade entre 26% e 50% (nível 2);
15,85% possuem entre 51% e 75% (nível 3); e 21,29% apresentam sintomas em
mais do que 75% (nível 4). A incidência de árvores nos níveis 1 e 2, isto é, com até
metade da copa tomada pelos sintomas, reduziu de 16,74% em 2021 para 15,35%
em 2022, enquanto a incidência de árvores com mais da metade da copa com
sintomas (níveis 3 e 4) subiu de 5,63%, em 2021 para 9,07% em 2022, indicando
menor eliminação de plantas com sintomas pelos produtores. Esse aumento da

incidência de árvores com maiores níveis de severidade foi observado em todas as
regiões, exceto nas de Bebedouro, Votuporanga e Triângulo Mineiro.
As regiões com maiores incidências de greening são também as regiões com maior
severidade da doença. Na região de Limeira, 34,5% das árvores apresentam mais de
50% da copa com sintomas da doença. Na região de Brotas, 25,8%; Porto Ferreira,
17,2%; Avaré, 12,1%; e Duartina, 7,5%. Por outro lado, nas regiões com menor
incidência de greening (Triângulo Mineiro e Votuporanga), menos de 0,01% das
árvores apresentam sintomas em mais de 50% da copa.

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