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Como compreender que a Bíblia é dotada de autoridade? Como viver debaixo dessa autoridade nos dias de hoje, em que não observamos o sábado, usamos roupas com tecidos misturados e comemos moluscos e carne suína?
A velha questão sempre paira sobre a mente dos cristãos. E também dos não-cristãos, que normalmente acusam a Bíblia de retrógrada e os cristãos de incoerentes, para dizer o mínimo.
A verdade é que uma compreensão estática que busca nas Escrituras uma mera fonte de pronunciamentos autorizados é um efeito colateral do modernismo iluminista, não fazendo jus à autoridade de Deus exercida em Cristo e nas Escrituras.
Tanto o liberalismo (que reduz a Bíblia à dimensão ética) quanto o fundamentalismo (procurar tratar a Bíblia de forma científica) são equívocos tipicamente modernos que não fazem jus à autoridade das Escrituras.
Mas, para N.T. Wright, não há como dissociar a ideia de autoridade das Escrituras do caráter dinâmico do reino de Deus (contra as abordagens estáticas tanto do liberalismo quanto do fundamentalismo).
Assim, a busca da coerência e da autoridade sob a qual o cristão pretende viver é encontrada no caráter narrativo das Escrituras. Na verdade, a autoridade não é destas, mas de Deus: a expressão “autoridade das Escrituras” só pode ser adequadamente compreendida como a “autoridade de Deus exercida por meio das Escrituras”.
Dessa forma, a narrativa bíblica pode ser compreendida como uma peça em cinco atos: (1) criação; (2) queda; (3) Israel; (4) Cristo; (5) igreja. Vivemos no quinto ato, sob o impacto dos anteriores (especialmente do evento-Cristo), e a autoridade das Escrituras é experimentada na medida em que permitimos que a palavra de Deus traga à existência a nova criação.
“A própria expressão ‘autoridade das escrituras’ só funciona adequadamente, do mesmo modo que a Bíblia funciona, transcendendo a si mesma - para a narrativa em tempo real do mundo atual da criação e da aliança que alcançou seu auge no próprio Jesus e que agora busca alcançar o mundo com a mensagem da liberdade e do descanso”.
#teologia #história #bíblia #autoridade #liberalismo #fundamentalismo #cosmovisão #hermenêutica #cristianismo
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Imagine uma espiral, um movimento circular contínuo e ascendente. Essa é a metáfora básica que Grant Osborne utiliza em “A Espiral Hermenêutica” para explicar o processo de interpretação das Escrituras, indo do significado do texto (a intenção do autor bíblico) à sua significação (a aplicação, num processo de contextualização, à igreja contemporânea).
Osborne constrói sua teoria tomando emprestada a ideia de “círculo hermenêutico”, de Gadamer. Mas entende que o círculo é uma metáfora limitada. Diante da Bíblia, o intérprete está sempre crescendo em direção à maior compreensão do texto sagrado, deixando que as Escrituras moldem constantemente a sua compreensão do mundo, dele mesmo, e das próprias Escrituras.
Isso porque a Bíblia pode ser compreendida pela teoria dos atos de fala (Kevin Vanhoozer). Aquilo que Deus, em sua soberania e numa atividade comunicativa trinitária, deixou registrado por escrito (locução) têm um sentido que pode ser compreendido (ilocução) e que nos chama a uma resposta (perlocução).
Nossa pré-compreensão (pessoal e comunitária) é sempre o ponto a partir do qual nos aproximamos do texto bíblico. Mas, à medida que investigamos o significado do texto em seu contexto original, o próprio texto vai alterando nossas convicções, e um horizonte de comunicação entre intérprete e autor é estabelecido.
Essa espiral hermenêutica pressupõe a compreensão do pano de fundo histórico, a gramática e a sintaxe, o estudo do contexto literário (a forma como o argumento é desenvolvido pelo autor) e dos diversos gêneros das Escrituras.
Tudo isso culmina não apenas na interpretação, mas na pregação. Assim, a espiral só é completa, na perspectiva do autor, no momento em que a mensagem interpretada é contextualizada e transmitida, seja pela pregação (“kerýgma”), seja pelo ensino (“didachê”). Isso porque “a vida da igreja depende de ensino e pregação, e os dois fluem um do outro – os sermões devem ensinar a verdade teológica, e o ensino deve impactar as vidas de uma forma prática” (p. 567).
#teologia #exegese #hermenêutica #homilética #espiral #pregação #bíblia #estudobílico #teologiabílica #teologiasistemática #indicaçãodeleitura
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“A liderança pastoral”, de Timothy Z. Witmer, publicado pela @edicoesvidanova é um livro que defende uma tese bastante clara: liderar, na igreja de Cristo, é pastorear.
Para demonstrar seu ponto, o autor inicia com uma teologia bíblica do pastoreio. Demonstra como o Antigo Testamento considera a liderança, começando pelo Senhor, o Pastor de Israel, depois pelos pastores-líderes Moisés e Davi, até chegar à forma como os profetas, em especial Ezequiel e Isaías, repreendem os líderes de Israel, por não estarem exercendo de forma adequada a sua função de pastores.
O tema do líder-pastor alcança sua expressão suprema em Cristo Jesus, o Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas, modelando o ensino apostólico acerca da liderança na igreja. Atos 20, 1Pedro 5 e as cartas pastorais de Paulo fornecem a maior quantidade de material do Novo Testamento sobre o assunto.
A partir disso, os quatro aspectos do ministério pastoral, segundo o Zitmer, são (1) conhecer, (2) alimentar, (3) conduzir (ou liderar) e (4) proteger. A metáfora do pastoreio fornece os elementos para que se compreenda a maneira como a liderança deve ser exercida na igreja de Cristo, na perspectiva tanto do macropastoreio quanto do micropastoreio.
Uma observação final.
O livro é escrito contra um pano de fundo específico, que é a tradição de organização da liderança da igreja reformada (a presbiteriana, em particular). Assim, alguns dos aspectos que discute são bastante nichados (como a distinção entre pastor docente e pastor regente e até mesmo a questão relativa ao mandato dos oficiais da igreja). Contudo, os princípios que apresenta, e a exposição da teologia bíblica do pastoreio, em especial, são úteis para qualquer igreja, independente da estrutura de liderança adotada.
#teologia #teologiaprática #teologiapastoral #igreja #eclesiologia #liderança #pastoreio
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Este foi um dos primeiros conteúdos do #Teodidatas.
Reflete a minha própria tentativa de compreender os dois grandes sistemas soteriológicos do protestantismo, antes mesmo que eu tivesse contato com o #molinismo.
É muito bom receber um feedback como este, já alguns anos após a postagem.
Ficou curioso? Confira o vídeo aqui: https://youtu.be/bXyybJ8MWJw
#teologia #teologiasistemática #calvinismo #arminianismo #soteriologia #monergismo #sinergismo
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A teoria científica da evolução é incompatível com a doutrina cristã da Queda? Não necessariamente.
“A evolução e a Queda: implicações da ciência moderna para a teologia cristã” trata exatamente dessa importante questão.
A fé cristã e a ciência têm uma relação complexa ao longo da história da humanidade. Mas a narrativa do conflito não é necessária a esta relação, e – diga-se – nem sempre foi prevalecente.
A genética populacional contemporânea afirma que a população de “homo sapiens” nunca deve ter sido inferior a algo entre 8 e 10 mil indivíduos.
Isso, por um lado, coloca em xeque a compreensão tradicional de Adão e Eva como um casal do qual descende toda a humanidade.
Por outro lado, também pode desafiar a noção de uma queda histórica.
Tenho considerado seriamente essa questão há algum tempo. A leitura do livro foi muito enriquecedora, e me auxiliou a sedimentar algumas ideias.
Hoje, para mim, a grande questão é saber se foi intenção do autor de Gênesis afirmar um Adão e uma queda históricos e literais, e se o Novo Testamento assim recebe essas ideias. E a resposta a ambas as questões pode ser negativa.
É possível que estejamos diante de um Adão literário, e não literal. Assim, Adão e Eva podem ser representações coletivas da humanidade – e, nesse sentido, históricos, embora não exatamente genéticos.
A Queda, assim, também é algo histórico, embora possa não ter sido um evento. Um processo de aprofundamento na idolatria (substituição do criador pela criatura) e de violência autoconsciente, o que somente se torna possível com o surgimento da consciência religiosa (algo bastante recente na história do “homo sapiens”).
Em suma: um Adão histórico e literário (representando uma coletividade), mas não necessariamente literal e individual, e uma Queda que também é histórica, embora possa não ser identificada com um evento.
Um cenário que vale a pena ser explorado, por ser compatível com a ciência contemporânea, com a ortodoxia cristã e com a interpretação das Escrituras.
#teologia #ciência #evolução #hermenêutica #queda #filosofia
25 - 5
Deixe aqui uma pergunta sobre a Trindade, para o Pedro Pamplona, para ser feita na live de amanhã.
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"E serão todos didatas de Deus" (João 6.45)
"E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará" (João 8.32)
Responsável pelo Canal: Carlos Xavier (Professor Xavier)