Eu vim do interior. Bem daqui da porrrtaa, porteiraaa. Do café do cafezinho. Da Serrinha que chora. Não estudei cinema lá fora. Não trabalhei com ninguém famoso (trabalhei sim Gabriel Tarso e Cembranelli kkk "eles vão me matar"). Tive poucos bons roteiros nas mãos pra chamar de meus. Então, tive que aprender a fazer meus próprios filmes. A encontrar e a contar minhas histórias por aí. Mesmo assim, a evolução foi lenta. Demorei pra amadurecer. Fiz muita coisa errada. Fiz muita coisa sozinho pra aprender que meus melhores trabalhos são os que fiz com Amor. Na falta de bons equipamentos, apostei na história e no personagem, ahhh esses personagens, valeu querida Amiga Bruuuuuuu (cozinheira). Na falta de verba pra uma boa trilha sonora, apostei na vontade que eles tinham em me ajudar e o que eles tinham a dizer. Fui indo assim. Fiz muito curta ruim. Muito. Muitas vezes por minha culpa. Vi muitos curtas excelentes. E aprendi um pouco mais sobre qualidade e critério com gente mais sabida e esperta que eu. E também sobre humildade e paciência. Graças a isso, fiquei mais inseguro. Por isso mesmo, passei a me preparar mais pra cada trabalho e a parar de depositar toda minha sorte na intuição: planejamento, pesquisa, estudo, estudo, estudo. Descobri que esse esforço é que faz aquele pouco de talento não se desperdiçar. Apostei na internet pra me tirar de onde me criei. Deu certo. Desconfio dos elogios, das curtidas e dos likes. Mas gosto muito quando alguns Amigos da comunidade de Montanha e Amigos de Infância me diz que algum curta que produzi ficou bom e de alguma forma o inspirou. Neles eu acredito. Enfim, acho que a potência que tento encontrar nos meus trabalhos e minha capacidade de entregar um pouco a mais tendo sempre muito pouco com o que trabalhar tem me rendido ótimos convites. Aliás, felizão pelos convites, e pelas escolhas que fiz para minha vida. Não é fácil e nem sorte. Ainda bem que não me disseram que seria, pois eh trabalho.