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Por que os Estados Unidos constroem casas leves de madeira e drywall enquanto o Brasil mantém a alvenaria como padrão? A diferença não é estética nem cultural. É resultado de duas formações materiais distintas.

Nos Estados Unidos, a abundância histórica de madeira, a industrialização da construção e o sistema de hipotecas de 30 anos formaram um modelo orientado pelo capital financeiro. A casa é um produto padronizado, produzido em linha quase fabril, pensado para ser construído rápido, vendido rápido e refinanciado.

No Brasil, a disponibilidade de argila, areia e cimento, somada ao peso da mão de obra informal, consolidou um modelo artesanal de alvenaria. A casa não é um produto. É um processo de trabalho prolongado, que absorve pedreiros, ajudantes e autoconstrução familiar. É, em muitos casos, o principal bem material de uma família.

Os dois sistemas chegaram ao limite das próprias escolhas: nos Estados Unidos, o wood-frame enfrenta perdas crescentes diante de incêndios, furacões e custos energéticos. No Brasil, a alvenaria artesanal resulta em baixa produtividade, grande volume de entulho e alta dependência do cimento.

A questão que se coloca hoje não é qual modelo é preferível, mas como um novo sistema construtivo pode responder às contradições acumuladas pelos dois. Industrialização, mass timber, pré-fabricados, bioconstrução e novas cadeias materiais são caminhos em disputa.

Como você enxerga o futuro da construção no Brasil: industrialização da obra, bioconstrução ou uma síntese entre os dois modelos? #shorts