Aracy de Almeida
3 videos • 14 views • by Som em Bom Tom Aracy Teles de Almeida Data de nascimento: 19/8/1914 Rio de Janeiro, RJ Data de morte: 20/6/1988 Rio de Janeiro, RJ Cantora. Juntamente com Marília Baptista é apontada como a melhor intérprete da obra de Noel Rosa. Nasceu e cresceu no Encantado, bairro do subúrbio do Rio de Janeiro. Seu pai, Baltasar Teles de Almeida, era chefe de trens da Central do Brasil. Ainda jovem, cantava no coro da igreja Batista da qual seu irmão Alcides era pastor. Menina pobre, desde os tempos de criança sonhava em ser cantora de rádio, o que acabou acontecendo a partir de seu encontro com o compositor Custódio Mesquita, para quem cantou “Bom dia, meu amor”, de Joubert de Carvalho e Olegário Mariano. Durante essa década vai morar em São Paulo, onde reside por 12 anos (1950-1962). Foi casada com o goleiro de futebol Rei (José Fontana), que jogou no Vasco e no Bangu, entre as décadas de 1930 e 1940, mas o casamento durou pouco tempo. Cantava samba, mas era apreciadora de música clássica e se interessava por leituras de psicanálise, além de ter em sua casa quadros de importantes pintores brasileiros como Aldemir Martins e Di Cavalcanti. Os que conviviam com ela, na intimidade ou profissionalmente, a viam como uma mulher lida e esclarecida. Tratada por amigos pelo apelido de “Araca”, dela Noel Rosa disse, em 1933, numa entrevista a Orestes Barbosa, para “A Hora”: “Aracy de Almeida é, na minha opinião, a pessoa que interpreta com exatidão o que eu produzo”. Grande intérprete da obra de Noel Rosa, começou a cantar profissionalmente na Rádio Educadora, em 1933, por intermédio de Custódio Mesquita, tornando-se um dos nomes mais conhecidos da fase de ouro do rádio. Por essa época, já conhecia Noel Rosa e, segundo o pesquisador Antônio Epaminondas, saía muito com o compositor, “ele de violão em punho, frequentando tudo o que era casa suspeita, botequins, nas imediações da Central do Brasil, na Taberna da Glória, etc. e ela ainda de menor”. Em 1934, gravou seu primeiro disco, para a Columbia, interpretando a marcha de carnaval “Em plena folia”, de Julieta de Oliveira. Em seguida gravou a marcha “Golpe errado”, de Jaci. No final do mesmo ano, gravou a primeira música de Noel Rosa, o samba “Riso de criança”, ainda pela Columbia. Em 1935, assinou contrato com a Rádio Cruzeiro do Sul e passou a integrar o elenco da gravadora Victor, participando de diversas gravações fazendo parte do coro. No mesmo ano realizou sua primeira gravação solo na Victor, interpretando os sambas “Triste cuíca”, de Noel Rosa e Hervê Cordovil e “Tenho uma rival”, de Valfrido Silva. No mesmo ano gravou o samba “Pedindo a São João”, Herivelto Martins e Darci de Oliveira e a marcha “Santo Antônio, São Pedro, São João”, de Herivelto Martins e Alcebíades Barcelos, músicas destinadas ao chamado repertório de meio de ano. Em 1936 gravou seu primeiro grande sucesso composto por Noel Rosa, o samba “Palpite infeliz”, muito cantado no carnaval daquele ano, embora não originalmente destinado aos festejos de Momo. No mesmo ano, gravou os frevos canção “manda embora essa tristeza”, de Capiba e “Já faz um ano”, de Nelson Ferreira. No mesmo período, ingressou na Rádio Tupi. Ainda em 1936, foi filmado “Alô, alô, carnaval”, dirigido por Adhemar Gonzaga e produzido pelo americano Wallace Downey. Neste filme, Noel Rosa sugeriu aos roteiristas e também compositores, João de Barro (Braguinha) e Alberto Ribeiro, que os versos “Quem é você que não sabe o que diz/ Meu Deus do céu, que palpite infeliz” fossem interpretados pela cantora lavando roupa num quintal modesto. Ao chegar ao estúdio da Cinédia, a cantora mostrou-se irritada com a sugestão de Noel Rosa e recusou-se a interpretar a cena, retirando-se das filmagens. Noel Rosa, contrariado, chegou a declarar ao “Correio da Noite” que deixaria de compor canções para serem gravadas por ela, mas tal fato não aconteceu e os dois continuaram amigos até a morte de Noel. Em 1937 gravou com o cantor Castro Barbosa os sambas “Eu e você e “Helena”, ambos da dupla Raul Marques e Ernâni Silva. No mesmo ano lançou de Noel Rosa os sambas “Eu sei sofrer” e “O maior castigo que eu te dou”. Também no mesmo ano, fez bastante sucesso com o samba “Tenha pena de mim”, de Ciro de Souza e Babaú, o que levou o cantor Sílvio Caldas a reclamar com os autores por não terem lhe dado o samba para gravar. No mesmo período, tranferiu-se para a Rádio Nacional. Em 1938 gravou com Lamartine Babo as marchas “Vaca amarela”, de Lamartine e Carlos Neto e “Esquina da sorte”, de Lamartine e Hervê Cordovil. No mesmo ano lançou o samba canção “Último desejo”, derradeira composição de Noel Rosa, gravada no ano anterior pouco depois da morte do compositor. No mesmo ano gravou os sambas “Século do progresso” e “Rapaz folgado”, ambos também de Noel. Em 1939 lançou com grande êxito o samba “Camisa amarela”, de Ary Barroso, que tornou-se um clássico da música popular brasileira. No mesmo ano, gravou o samba “Fale mal…mas fale de mim”, de Ataulfo Alves e Marino Pinto.