EFCJ - Estrada de Ferro de Campos do Jordão

2 videos • 90 views • by Trilhos Que Movem SP Em abril de 2022, eu estive em Campos do Jordão, uma das cidades mais visitadas de São Paulo por ser um ponto turístico com diversos entreterimentos. Além do belíssimo estilo de construção das moradias ao redor, lembrando um "estilo suiço", temos atrações como o Parque do Capivari (nele há uma roda gigante, passeios de pedalinhos, teleférico, shows ao vivo) localizado próximo ao centro onde há excelentes restaurantes e a famosa passarela de guarda-chuva. Mas sem dúvidas, é impossível ir a Campos do Jordão e não fazer o passeio com o bondinho turístico. Há dois trajetos: Emílio Ribas - Abernéssia (saídas das 10h às 17h, ingresso R$20,00 e 30 minutos de viagem); Emílio Ribas - Portal (saídas das 10h às 17h, ingresso R$30,00 e 45 minutos de viagem). É uma viagem no tempo, tendo a experiência de andar em trens da década de 1920 e 1930, relembrando o passado de nossas ferrovias. Fora o fato de que podemos ver o tanto que elas evoluíram ao longo dos anos, observando no vídeo o material que os trens eram construídos, o alinhamento das rotas nos AMV's manuais, a infraestrutura das estações, o sistema de alimentação, etc. Há também um memorial ferroviário no Parque do Capivari... mas aí é história para outro vídeo ;) Espero que curtam o passeio, e se tiver a oportunidade de ir pessoalmente, tenha certeza que irá adorar! 😎👊 _______________________________________________ EFCJ - Estrada de Ferro de Campos do Jordão Inaugurada em 15 de novembro de 1914, atualmente com cerca de 109 anos de operação, a Estrada de Ferro de Campos do Jordão surgiu com o foco de servir ao atendimento de uma epidemia de Tuberculose, que atingiu o país no século XIX e no início do século XX. Após o estado autorizar a concessão da ferrovia por 60 anos em meados de 1910, as obras foram iniciadas em 1912, com o recorde se inaugurá-la em apenas dois anos. Seu trajeto ligava Pindamonhangaba a Campos do Jordão, que foi idealizado por médicos sanitaristas Emílio Ribas e Victor Godinho. Antes a travessia entre o Vale do Paraíba e a Serra da Mantiqueira era realizada por meio de animais ou a pé, em estradas precárias. A chegada do trem facilitou muito o transporte de enfermos, além de gerar um desenvolvimento ao seu redor. Em 1916, graças a eclosão da Primeira Guerra Mundial, os acionistas que até então eram responsáveis pela operação da EFCJ, sofreram uma crise financeira e tiveram que repassar a mesma para o Governo do Estado de São Paulo. Os primeiros trens utilizados eram a vapor, posteriormente substituídos por trens movidos a gasolina e, por fim, trens elétricos em 1924. Entre a década de 20 até o final dos anos 70, a ferrovia transportou cargas e veículos, já que o sistema rodoviário entre Pindamonhangaba e o Alto da Serra era precário. Uma das outras inovações da EFCJ, foi a operação do serviço telefônico implantado em 1917, que deixou de atender exclusivamente o controle do tráfego, para atender aos moradores dos municípios ao redor da ferrovia. Em 1959, foi criado o serviço automático para atender Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí, Santo Antônio do Pinhal e ao distrito de Monteiro Lobato. Porém, em 1971, o serviço telefônico foi transferido para o governo, que passou a operá-lo por meio da Companhia de Telecomunicações do Estado de São Paulo. Desde 1940, a cidade começava a se transformar em um local de recreação e turistmo, possuindo diversos hotéis inspirados no estilo europeu. Além de atrações com intelectuais e artistas, e paisagens extraordinárias. Então, a partir daí, Campos de Jordão, em 1970, se transforma num dos mais importantes polos turísticos do Brasil, com a EFCJ acompanhando as mudanças diversificando sua operação e implantando o primeiro sistema de teleférico nos parques do Capivari e Reino das Águas Claras. Desde 2011, ela é administrada pela STM - Secretaria dos Transportes Metropolitanos, sendo contemplada com melhorias e modernizações ao longo dos anos. No total, são 47 Km de extensão, sendo que os trechos de subúrbio (Pindamonhangaba e Piracuama) a velocidade limite é de 45 km/h, nos trechos de serra 22 km/h e no perímetro urbano de Campos do Jordão 30 km/h. Os trens são alimentados por meio de um sistema de catenária, com uma tensão de 1500 Vcc, possuindo apenas uma subestação próxima a estação Eugênio Lefévre. Cada automotriz pesa 23 toneladas, possuem 230HP de potência e podem transportar até 40 passageiros. Seu material rodante é composto por três locomotivas (elétrica, gasolina e a vapor), sete automotrizes (sendo três bondinhos), duas gôndolas de manhtenção e dez carros (um deles adaptado para transportar passageiros, nomeado de V1).